É a partir do PIB que avaliamos a saúde da economia de um país. Sendo a soma de todos os bens e serviços produzidos em uma economia durante um período de tempo.
Apesar de ser calculado a partir de tudo o que foi produzido no território, é possível fazer uma divisão setor a setor e avaliar qual deles contribui mais ou menos com a economia.
O transporte rodoviário de cargas, como principal modal para a movimentação de cargas, acaba tendo um impacto significativo no PIB, e é por isso que temos este blog dedicado exclusivamente a este tema. Vamos explicar tudo o que você precisa saber para entender o que é o PIB e como o transporte rodoviário de cargas se relaciona com ele.
Entendendo o que é o PIB
O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos em uma economia durante um período de tempo. É ele que nos ajuda a avaliar se a economia está crescendo e se há melhora do padrão de vida da população, por exemplo.
Mas que bens e serviços finais são esses?
Bens e serviços finais é tudo aquilo que não é usado durante o processo de produção. Ou seja, tudo que não é matéria prima.
E falamos disso porque uma das formas mais simples de calcular o PIB é através da ótica de produção. Nesse caso, somamos o valor de todos os produtos e serviços finais que foi produzido e é encaminhado ao consumidor final.
Quando os analistas se referem ao crescimento econômico, estão falando da variação percentual do PIB de um ano para o outro.
Se o valor for maior que o ano anterior, houve um crescimento do PIB, sendo este considerado positivo. Porém, quando o valor é menor, significa que o PIB caiu, precisando analisar quais fatores influenciaram essa queda e quais medidas precisam ser tomadas para que ele volte a crescer.
Afinal, PIB negativo ou em queda representa, objetivamente, recessão econômica, desemprego e inflação alta.
Dados do PIB no Transporte Rodoviário de Cargas
Segundo o Radar do Transporte da CNT (Confederação Nacional do Transporte), o PIB do setor cresceu 3,6% em volume de serviços no primeiro trimestre de 2021, comportando cerca de 65% de toda a carga transportada no Brasil.
De acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 04 de março de 2022, o transporte foi um dos destaques no PIB com um crescimento de 11,4%, o segundo melhor resultado entre os componentes divulgados.
Isso mostra que apesar das dificuldades geradas pela pandemia, o setor de transportes de modo geral está conseguindo se recuperar mesmo que lentamente.
Entendendo os impactos do PIB do Transporte Rodoviário de Cargas
O reflexo do crescimento mencionado vem da movimentação que o setor sofreu desde o começo da pandemia. Onde inicialmente observamos uma queda no número de fretes até vir o impacto com o aumento do E-commerce.
Outro fator de peso é a atenção à movimentação do preço do diesel. O aumento do valor do litro do combustível gera preocupação para as empresas que dependem do abastecimento para transportar seus produtos, especialmente quando este é cotado a partir de referenciais externos ao nosso país, com o preço do barril em dólar.
As paralisações e greves, como por exemplo a dos caminhoneiros em 2018, também geram impactos expressivos. Elas atingem diretamente na distribuição de alimentos, produtos e serviços em todo território nacional, trazendo prejuízos a vários setores da economia.
Segundo dados do Ministério da Fazenda, a paralisação de 11 dias dos caminhoneiros em 2018 gerou um prejuízo de R$15,9 bilhões para a economia brasileira.
Apesar dos obstáculos, o setor de logística e transporte rodoviário é um dos que mais gera empregos no Brasil. A Confederação Nacional do Transporte (CNT) nos mostra que este setor mais contratou do que demitiu em 2020.
De acordo com este mesmo levantamento, em 2020 foram abertos cerca de 450 mil postos de trabalho contra 400 mil desligamentos, gerando um saldo positivo de 50 mil empregos.
Investimento anual em logística
O investimento anual em logística vem caindo ao longo dos anos, de acordo com a Conjuntura do Transporte da CNT. Eles apontam que uma retomada dos investimentos públicos e privados em infraestrutura no setor de transportes, é fundamental para o crescimento econômico neste período de crise.
Apesar disso, há um esforço do Governo Federal em destravar alguns gargalos na infraestrutura dos modais.
O Ministério da Infraestrutura prevê a concessão de 13 mil quilômetros de pista para iniciativa privada, atitude que pode gerar até 108 bilhões de reais em investimentos.
O Governo Federal também ultrapassou a marca de 2 mil quilômetros de obras rodoviárias em 2021, entre elas foram feitas: duplicações, pavimentação, adequações e restaurações com 80 entregas e mais de 3,1 bilhões de reais investidos para o incremento da movimentação de cargas pelo país.
Entenda a inflação
Muito se ouve falar da inflação, mas você sabe realmente o que ela significa? Bem, a gente te explica. A inflação é o aumento dos preços de bens e serviços. Seu aumento significa a diminuição do poder de compra da moeda do país.
O Brasil possui vários índices de preço que são medidos pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), e ele é sempre atualizado no sistema de metas para a inflação.
A inflação pode ter várias causas, desde de pressões de demanda e pressões de custo à inércia inflacionária. O aumento da inflação gera incertezas na economia e desestimula o investimento, prejudicando o crescimento econômico.
Um dos aumentos em valor de produto que mais atinge o transporte rodoviário de cargas, é o preço do combustível.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) teve um aumento de 1,6% em março de 2022 com relação a fevereiro do mesmo ano. O diesel foi um dos destaques no aumento, com um acréscimo de 13,7%, acelerando a inflação do setor de transporte em 3%. Os dados são da CNT.
Esse aumento é refletido pela valorização do petróleo no mercado internacional, em função da retomada da economia após as restrições da pandemia do novo coronavírus.
Modais de transporte e o impacto do Transporte Rodoviário de Cargas
Embora haja outros meios de transporte no Brasil, como o ferroviário, hidroviário e aéreo, o rodoviário ainda é o mais demandado. Sem o transporte rodoviário outros meios inclusive não funcionam. Sem ele os aeroportos seriam fechados por falta de combustível e o transporte público também pararia pela mesma falta.
O setor de transporte rodoviário de cargas é responsável por escoar mais da metade dos produtos que nós produzimos. Depois dele vem a malha ferroviária, responsável por escoar cerca de 20,7% de todos os produtos.
Especialistas apontam que é importante a gente equilibrar melhor esse escoamento entre setores. Isso porque, mesmo que os investimentos no setor de transporte rodoviário de cargas sejam altos e gera muito impacto positivo no país, isso pode trazer deficiências para outros setores que também precisam expandir e crescer.
O Plano Nacional de Logística (PNL) foi divulgado pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL) em abril de 2021, estatal vinculada ao Ministério da Infraestrutura. Sendo assim, podemos esperar uma queda nos investimentos feitos no setor de transporte rodoviário de cargas e um aumento nos outros setores.