Não realizamos mudanças e não solicitamos códigos por telefone. Ainda com Dúvidas? Acesse nossas dicas de segurança.

Reforma Tributária: Entenda o impacto para empresas, autônomos e caminhoneiros

A Reforma Tributária foi aprovada e tem sua implementação prevista para começar em janeiro de 2027.

A Reforma Tributária foi aprovada e tem sua implementação prevista para começar em janeiro de 2027. Ela representa a maior transformação no sistema de impostos do Brasil nas últimas décadas, com impactos diretos para empresas, profissionais autônomos e, especialmente, para o setor de transporte, incluindo os caminhoneiros.

Este artigo do Blog do Trecho vai te explicar de forma objetiva como será essa transição, quais são os novos impostos, como fica a situação dos autônomos e, principalmente, o que muda na vida dos caminhoneiros.

O que é a Reforma Tributária e o que muda?

O objetivo da Reforma Tributária é simplificar o sistema de cobrança de impostos, tornando-o mais transparente e eficiente. O Brasil  possui um dos sistemas mais complexos do mundo, com tributos sobre consumo cobrados em diferentes esferas (municipal, estadual e federal), gerando burocracia e insegurança jurídica.

Serão extintos vários tributos sobre consumo:

  • PIS
  • Cofins
  • IPI
  • ICMS (estadual)
  • ISS (municipal)

A partir de 2027, esses tributos serão substituídos por dois impostos principais:

  1. IBS – Imposto sobre Bens e Serviços
    Gerenciado por estados e municípios.
    Substitui ICMS e ISS.
  2. CBS – Contribuição sobre Bens e Serviços
    Gerenciado pela União.
    Substitui PIS e Cofins.

Além disso, o IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados, será substituído por um imposto seletivo, chamado de Imposto Seletivo (IS), que incide sobre produtos prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, como bebidas alcoólicas, cigarro e combustíveis fósseis.

Quais as vantagens para as empresas?

O impacto varia de acordo com o setor. Alguns setores pagarão mais e outros menos, dependendo do atual regime de tributação. Mas as empresas vão ter algumas facilidades, como:

  • Redução da burocracia fiscal;
  • Sistema unificado e digital;
  • Mais segurança jurídica;
  • Crédito de imposto mais simples, inclusive ao longo da cadeia logística.

O transporte de cargas terá direito ao crédito integral dos impostos pagos, inclusive sobre combustíveis, pedágios, manutenção e aquisição de veículos, o que pode reduzir custos para empresas bem estruturadas. No entanto, é importante lembrar que a forma como esses créditos poderão ser aproveitados ainda depende de regulamentação, principalmente no caso dos transportadores autônomos.

E para os profissionais autônomos?

A grande mudança para autônomos está na incidência dos impostos sobre serviços prestados. Atualmente, os caminhoneiros autônomos, por exemplo, pagam ISS (municipal) e uma alíquota de ICMS (estadual) embutida no custo de insumos, como combustíveis e peças. E com a reforma:

  • O ISS e o ICMS deixam de existir e passam a ser cobrados pelo IBS e pela CBS, de forma unificada e digital.
  • Os autônomos passam a pagar esses impostos sobre a receita dos serviços prestados, mas poderão abater créditos de impostos relacionados aos custos operacionais, como combustível, manutenção e aquisição de veículos.

Apesar disso, como tudo ficará mais digital e controlado, quem hoje opera de forma informal ou com baixa emissão de notas fiscais pode, sim, sentir um aumento na carga tributária. Já quem está regularizado e formalizado poderá se beneficiar de um sistema mais justo, onde se paga sobre o valor agregado e há possibilidade de deduzir os custos operacionais.

Principais mudanças para os caminhoneiros

  1. Fim da bitributação: Atualmente, o caminhoneiro paga ISS no município e, de forma indireta, ICMS embutido no diesel e em outros custos. Isso acaba. Agora o imposto será unificado.
  2. Crédito de imposto: Caminhoneiros, sejam autônomos ou empresas, poderão abater do imposto os custos operacionais, como diesel, pneus, manutenção, pedágio e até a compra do caminhão. Mas, como já destacamos, o uso efetivo desses créditos ainda depende de regulamentação futura.
  3. Impacto no diesel: O diesel, que sempre foi tema sensível, terá uma tributação específica. Há promessa de uma alíquota diferenciada e mais baixa para o transporte de cargas, com isenção ou desconto do Imposto Seletivo. Porém, essa alíquota ainda não está 100% definida e dependerá de decisões futuras do governo.
  4. Simplificação: Acaba a confusão de tributos estaduais e municipais. O caminhoneiro pagará imposto de forma simplificada, com emissão de nota e apuração digital.
  5. Incentivo à formalização: Quem hoje trabalha na informalidade poderá ser incentivado a se formalizar, já que os custos tributários ficarão mais justos e compensatórios, além de evitar multas e fiscalizações.
  6. Simples Nacional: Muita gente no transporte utiliza o Simples Nacional, e ainda não está totalmente claro como esse regime será ajustado à nova realidade tributária. Isso pode gerar impacto, especialmente para quem presta serviço a grandes empresas, por conta do aproveitamento de créditos.

Veja como será o período de transição

2026: Começam os testes com a alíquota teste da CBS e IBS, sem impacto real no bolso, apenas para ajuste de sistema.

2027: Entra oficialmente em vigor o novo sistema, mas ainda convive com os impostos antigos.

2029 a 2032: Gradualmente, os impostos antigos são reduzidos e os novos aumentam.

2033: Só existirão IBS, CBS e o Imposto Seletivo. O sistema atual desaparece completamente.

O período de transição, com os impostos antigos e novos coexistindo, pode gerar certa confusão no início. Por isso, é fundamental que o transportador saiba que haverá tempo para adaptação e não será uma mudança de uma hora pra outra.

A Reforma Tributária de 2027 traz um cenário de mudanças  para todos os setores, especialmente para o transporte rodoviário e os caminhoneiros. A proposta é tornar o sistema mais justo, transparente e previsível. Quem já está formalizado, com controle financeiro e emissão de nota, tende a se beneficiar.

Por outro lado, quem está na informalidade pode sentir pressão para se regularizar. Mas encontrará um sistema mais moderno, com menos burocracia e mais possibilidades de redução de custos via créditos, assim que forem regulamentados.

Prepare-se desde já. Entenda os impactos no seu negócio, ajuste processos e continue acompanhando o Blog do Trecho para mais informações sobre o setor.

Inscreva-se para acompanhar nossas novidades!

Quem leu esse artigo também gostou de:

Fim da Carta Frete se aproxima - Carta Frete - Fim da carta Frete - Frete - fiscalização do frete - VPO - CIOT para Todos - CIOT - frete mínimo
Target Log
Target Bank

Fim da Carta Frete se aproxima

A carta-frete já se aproxima do fim. Agora, com a fiscalização automática do VPO e do CIOT, o transporte rodoviário de cargas entra numa nova fase: mais justa e segura.

Leia mais